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segunda-feira, 29 de março de 2010

Sobre o método Paulo Freire...

A primeira experiência de alfabetização realizada por Paulo Freire foi realizada em Recife, em uma casa conseguida pelo Movimento de Cultura Popular (MCP). Segundo esse mesmo autor, cinco educandos iniciaram as aulas. Logo em seguida, dois desistiram e o grupo terminou com três trabalhadores alfabetizados. Depois dessa primeira experiência, a equipe do Serviço de Extensão Cultural (SEC) ampliou o desafio, e chegou a outros estados. Foram criados grupos em Angicos e Mossoró, no Rio Grande do Norte, e em João Pessoa, na Paraíba. As experiências foram realizadas com lavradores dessas cidades e, 300 pessoas foram alfabetizadas em 45 dias. Foi uma grande novidade para a época, e essa noticia espalhou-se rapidamente por todo o País, causando muitas críticas, duvidas e comentários. A implantação dessa nova metodologia de trabalho com alfabetização de adultos foi muito explorada.
Na década de 1960, a equipe de Paulo Freire iniciava o método com a Pesquisa de Universo Vocabular. Os educadores misturavam-se aos educandos e a comunidade onde eles viviam, para levantar palavras e expressões de uso local. O levantamento era feito em conversas, reuniões, participação em diversos momentos (festejos, rezas, cantorias, etc.). Depois da pesquisa, os educadores selecionavam as palavras que serviriam de apoio ao processo de alfabetização – as palavras geradoras. A seleção dessas palavras tinham um duplo sentido: por um lado, atender a uma possibilidade de leitura da realidade social, pois eram palavras carregadas de forte sentido para aquele grupo especifico. Por outro lado, favorecer a leitura da palavra escrita, facilitando assim a compreensão do funcionamento da língua escrita.

A melhor palavra geradora e aquela que reúne em si a maior porcentagem possível de critérios: sintático (possibilidade ou riqueza fonêmica, grau de dificuldade fonêmica complexa, de manipulabilidade dos conjuntos de sinais, as silabas, etc.); semântico (Maior ou menor intensidade do vínculo entre a palavra e o ser que designa, maior ou menor adequação entre a palavra e o ser designado, etc), e pragmático, (maior ou menor teor de conscientização que a palavra traz em potencial ou o conjunto de reações socioculturais que a palavra gera na pessoa ou grupo que a utiliza) (fundamentação teórica do programa). [...] as palavras geradoras devem conter todos os fonemas da Língua Portuguesa e devem incluir as dificuldades de pronúncia e escrita.
Carlos Rodrigues Brandão

Essas palavras são, além de instrumento de alfabetização, instrumentos de conscientização, pois são carregados de sentido nas falas e pensamentos dos educandos. Elas suscitam discussões, impulsionam a curiosidade e a busca de novas informações. Também carregam em si um outro conceito importante dentro dessa metodologia: os temas geradores.


(Compilado do texto “A atualidade de Paulo Freire” de Renato Pontes Costa (Mestre em Educação Brasileira - PUC-Rio) – Apostila IESDE/2009)

E.P.G. Amador Bueno

Hora Atividade Professores da Educação de Jovens e Adultos

Março/2010

Patrícia Belotti
Profª Coord. Pedagógica

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