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quinta-feira, 25 de março de 2010

Pedagogia ou Andragogia - texto trabalhado com Professores da EJA

Renato Pontes Costa
A palavra pedagogia vem do grego, e é formada por duas outras palavras: paidós, que significa criança, e agodê, que significa condução. Assim, a palavra pedagogo, em grego, era usada para designar o escravo que conduzia as crianças e que, logicamente, deveria ser de boa índole, educado e de confiança. Daí a utilização do termo pedagogia, em nossos dias, para identificar os estudos e reflexões sobre a Educação, e pedagogo como a pessoa que reconhecemos ser capaz de impressionar um processo educativo.
Em oposição a esse termo, tem-se discutido muito, na atualidade, um novo conceito denominado Andragogia. Esse termo tem a mesma origem etimológica que pedagogia e diferencia-se apenas porque é inicialmente formado pelo radical andrós, que significa "homem". Sendo assim, a palavra andragogia é utilizada para designar a educação dos homens (e, é claro, também das mulheres). Sua formulaçao tem o objetivo de marcar a diferença dos processos educativo de crianças e adultos, já que historicamente as pesquisas sobre aprendizagem estiveram muito mais direcionadas ao público infanto-juvenil.
Malcolm Knowles, autor norte-americano que desde a década de 1950 se dedica ao estudo desse tema, aborda comparativamente os conceitos de Pedagogia e Andragogia. Segundo ele: apesar de não ter uma base teórica ainda consolidada, a Andragogia tem encontrado espaço no meio acadêmico, pois já se tem clareza de que pouco se sabe, do ponto de vista epistemológica, sobre a aprendizagem de adultos. Conforme afirma Oliveira (1999, p.60):
Com relação à condição de "não-crianças", esbarramos aqui com uma limitação considerável na área da psicologia: as teorias sobre o desenvolvimento referem-se, historicamente, muito predominantemente à criança e ao adolescente, não tendo estabelecido, na verdade, uma boa psicologia do adulto. Os processos de construção do conhecimento e de aprendizagem dos adultos são, assim, muito menos explorados na literatura psicológica do que aqueles referentes às crianças e adolescentes.
Isso significa dizer que grande parte das teorias do conhecimento de base psicológica, que de modo geral sempre influenciaram as Ciências da Educação, foram fundamentalmente baseadas em pesquisas com crianças. Sendo assim, podemos afirmar que a construção cognitiva do adulto e os mecanismos que ele desenvolve para a aprendizagem são ainda carentes de uma investigação mais consistente.
Além disso, se olharmos mais atentamente para os estudos referentes à aprendizagem da língua materna, veremos que poucos foram os casos em que se tentou pensar a alfabetização a partir da idade adulta. Pouco se considerou a respeito das nuances que as experiências adquiridas ao longo de uma trajetória de vida podem trazer para essa etapa da educação.
Um dos estudos mais antigos sobre esse assunto realizado por Lindeman (1926). Esse autor identificou, pelo menos, cinco pressupostos-chave para a Educação de Jovens e Adultos, que mais tarde se transformaram em suporte para outras pesquisas. São eles:
  • Jovens e Adultos são motivados a aprender; por isso, à medida que experimentam, suas necessidades e interesses são satisfeitos. Por isso, esses são os pontos mais apropriados para se iniciar a organização das atividades de aprendizagem do adulto.
  • A orientação de aprendizagem do adulto está centrada na vida; por isso, as unidades apropriadas para organizar seu programa de aprendizagem são as situações de vida, e não as disciplinas.
  • A experiência é a mais rica fonte para jovens e adultos aprenderem; por isso, o centro da metodologia da educação do adulto é a análise das experiências.
  • Jovens e Adultos têm uma profunda necessidade de serem autodirigidos; por isso, o papel do professor é engajar-se no processo de mútua investigação com os alunos, e não apenas transmitir-lhes seu conhecimento e depois avaliá-los.
  • As diferenças individuais crescem com a idade; por isso, a Educação de Jovens e Adultos deve considerar as diferenças de estilo, tempo, lugar e ritmo de aprendizagem de cada aluno.

Diante dos pressupostos acima, e procurando nos aproximar da realidade brasileira, podemos afirmar que quem melhor tentou construir uma epistemologia do conhecimento relacionada aos adultos foi, sem dúvida, o grande mestre Paulo Freire. Esse autor sistematizou, a partir de um olhar atento sobre o cenário político-educacional de sua época, um método de alfabetização que tinha o adulto como centro da discussão e. como fundamento, desencadeou um processo de libertação e de conscientização dos educandos. Em sua obra mais famosa, Pedagogia do Oprimido, ele formula com maior clareza sua proposta teórica: a oposição entre o que chamava de "educação bancária".

EPG Amador Bueno- março/2010 - Patricia Belotti - Prof. Coord. Pedag.

2 comentários:

  1. Muitíssimo bem apresentado,bem esclarecedor.
    Parabéns.
    Sou Alabah Graça, estudante de pedagogia.

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  2. sua colocação me ajudou na hora de fazer uma prova.

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